segunda-feira, 30 de junho de 2008

Imagens do filme "Verão 42", com Jennifer 0'Neil (tema musical de Michal Legrand)


É um "filme de formação", com adolescentes a crescer e a Segunda Guerra Mundial em fundo. Tocante. Pode ser mostrado aos nossos alunos com proveito.

domingo, 29 de junho de 2008

Ilha de Moçambique - seis vistas






O direiro ao sucesso



Margarida Moreira - Começou por ser educadora de infância, passou depois a integrar as estruturas dirigentes da FENPROF-Norte e é directora da Direcção Regional de Educação do Norte desde que Santos Silva foi ministro da educação.
Disse há tempos que os alunos têm direito a ter sucesso, e parece que ficou em acta.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Clamar no deserto


PINTO MONTEIRO VAI HOJE AO PARLAMENTO FALAR SOBRE VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS

O Procurador-Geral da República (PGR), Fernando Pinto Monteiro, vai hoje à Assembleia da República falar sobre a violência nas escolas e "responder a todas as questões" dos deputados.
Segundo fonte da Procuradoria, Pinto Monteiro responderá, na audiência na Comissão Parlamentar de Educação e Ciência, "a todas as questões que os partidos políticos" lhe colocarem sobre a violência nas escolas.
Nos últimos meses, Pinto Monteiro mostrou-se preocupado com a violência no meio escolar, afirmando mesmo que tem "elementos seguros de que há alunos que vão armados para as escolas", e acusou o Governo de "minimizar" a dimensão deste problema.
O Procurador-Geral da República, que seleccionou a violência escolar como uma prioridade de investigação, no âmbito da nova Lei de Política Criminal, considerou que "a violência escolar funciona, em alguns casos, como uma espécie de 'embrião' para níveis mais graves de criminalidade".
O PGR defendeu que seja "reforçada a autoridade dos professores e que os órgãos directivos das escolas sejam obrigados a participar os ilícitos ocorridos no interior das mesmas".

PÚBLICO17/6/08

Equívocos



O anunciado fim da escola transmissiva, substituída pela escola das competências práticas e em uso, corresponde a uma mudança de paradigma baseada no equívoco da chamada "ligação à vida", que corre em detrimento da formação geral e humanística dos alunos (supõe-se que a filosofia ou a literatura não têm ligação à vida). Em rigor, o que esta poderosa "tendência" defende é a desvalorização da escola e do seu papel (bem como o apoucamento da função do professor), pois o que é a escola senão uma abstracção, ou, quando muito, um simulacro? O que é que disciplinas como a Matemática ou a História podem ser senão extraordinárias abstracções? Se Einstein não "abstraísse", em que laboratório é que ele poderia ter chegado à teoria da relatividade?

segunda-feira, 16 de junho de 2008

De vento em popa!


À semelhança do que se vê na imagem publicada hoje pelo Público, as aulas do futuro próximo serão assim uma espécie de teatro de sombras...


Numa região dita deprimida, falando para portugueses que para lá caminham, o primeiro-ministro anunciou ontem, com exactidão e contas feitas, a panaceia para salvar a escola pública, dando ao mesmo tempo uma enorme bofetada psicológica aos descrentes no "estado da arte": milhares e milhares de videoprojectores (um por sala, calcule-se o luxo e a crença!), quadros, imensos quadros interactivos (um por cada três salas), computadores a rodos (um por cada cinco alunos), muita net rapidíssima e um pouco por toda a escola (mesmo "nos espaços exteriores" - sic), videovigilância por tudo quanto é sítio.... são ao todo 400 milhões de "aéreos".
Hélas, agora é os profes se calam de vez (e até deixam de ser precisos)!

sábado, 14 de junho de 2008

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Portugal no seu melhor: a agonia do Latim, por exemplo



Veio nos jornais, a partir da agência Lusa: o número de alunos a aprender Latim diminuiu 80 por cento nos últimos dois anos e só em 4 por cento das escolas secundárias se ensina hoje a disciplina, aliás a turmas com o mínimo de alunos. Trata-se, tão-só, da língua que veiculou o essencial da cultura ocidental (de que somos herdeiros, quer o queiramos quer não, quer o saibamos quer não), para além de constituir as fundações da nossa língua, que é hoje falada por quase 200 milhões de falantes.
Por este andar, dentro de poucos anos, na maioria das escolas não vai haver um único professor de Língua Portuguesa/Português - aliás, já há bem poucos - que tenha estudado ao menos um ou dois anos de Latim.
Calculo que os da educação devam estar impantes. Aí está um dado do nosso progresso: os jovens do choque tecnológico não querem saber da língua da padralhada para nada!
E, no entanto, por exemplo, no Reino Unido, cuja língua não é românica (embora dois terços do seu léxico sejam de matriz greco-romana), entre 2004 e 2007 mais do que duplicou o número de secundárias a leccionar a disciplina e há mesmo 2500 escolas do 1º ciclo que dão às crianças introdução ao Latim para as ajudar na aprendizagem da gramática inglesa.
Nem apetece ser irónico.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Ilha de Moçambique, porque é 10 de Junho



A mítica ilha de Moçambique, onde Camões, por volta de 1570, com o livro já acabado, após cerca de dezassete de "exílio" oriental, terá esperado miseravelmente por uma boleia que o trouxesse de regresso à pátria. "Pátria", claro está, é só uma maneira de dizer, como bem se percebe nos finais de quase todos os Cantos, esses sobre que quase sempre pesou, mais do que sobre a Ínsula Divina, um velado silêncio.

domingo, 8 de junho de 2008

Emigrantes portugueses



É tocante vê-los e ouvi-los, na Suíca, onde trabalham na restauração e fazem limpezas, tão entuasiasmados, tão orgulhosos com o seu país, a cepa torta de onde foram obrigados a sair um dia. É o grau máximo da humildade, afinal. O sermão da montanha terá sido dito para eles.

É já em 2013, no fim da próxima legislatura..., disse convictamente o doutor Valter Lemos, mostrando 'fair-play' para com a gargalhada que provocou


Ontem, num encontro destinado a explicar a reforma da educação especial, Valter Lemos manifestou a convicção de que em 2013 haverá em Portugal "uma verdadeira escola inclusiva", uma afirmação que provocou uma gargalhada na plateia, constituída maioritariamente por docentes de educação especial. Aos jornalistas, Valter Lemos disse compreender a reacção dos professores, afirmando que ela é justificada pela história de falta de consistência nas reformas da educação em Portugal. "É a incredulidade normal de um país que se habituou a não ser consistente nas opções que faz. Percebo perfeitamente a reacção dos professores, percebo que haja alguma incredulidade quando se está habituado a tanta inconsistência", disse, e acrescentou que revela "desconfiança em relação à história das reformas da educação em Portugal" e não às políticas deste Governo.Público, 8/6/08.

sábado, 7 de junho de 2008

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Splendor in the Grass

"Esplendor na Relva", de Elia Kazan, com a melhor Natalie Wood de sempre.
À atenção da UNESCO: devia ser património da humanidade.
E também devia ser de visão obrigatória nas escolas, já agora.

Sobre a subvalorização da literatura nos programas de Português

Mark Rothko, 1949

Penso que se tal subvalorização triunfasse e se instalasse, ela poderia muito provavelmente representar não só uma severa limitação dos modos de circulação da literatura, mas uma violenta expropriação das possibilidades e do direito de acesso à relação literária, para muitos daqueles que por razões das suas origens familiares e, em geral, sócio-culturais, não terão, fora da escola, muitas oportunidades para se encontrarem com a literatura. Neste caso, como em outros, a demagogia populista, que ‘resolve’ as dificuldades evitando-as, faz o jogo que destinaria a literatura a reserva de elites (se é que elas ainda se dão a tais futilidades).

GUSMÃO, Manuel (2006), “Desde que somos um diálogo”, in: Inês Duarte e Paula Morão (org.), Ensino do Português para o Século XXI, Edições Colibri / Dep. de Linguística Geral e Românica e Dep. de Literaturas Românicas / FLUL, p 24.