(...) Os professores no seu conjunto eram tidos como os grandes responsáveis pelo que se passava nas escolas e embora houvesse outros alvos, o Ministério, o laxismo, o “eduquês”, os sindicatos, acabava sempre por sobrar para os professores. Os professores tinham uma óbvia responsabilidade por esta situação e tinham-se posto a jeito. Embora houvesse professores que individualmente expressassem o seu descontentamento com o “eduquês”, o facilitismo, a falta de hierarquia de mérito entre os próprios professores, o absentismo, o desleixo e a má preparação de muitos profissionais, a ausência de avaliação digna desse nome, a sindicalização do Ministério, não havia um sólido movimento de opinião entre os professores que exigisse reformas e isso permitiu a demonização dos professores enquanto classe profissional. Mas havia professores com estas preocupações e estes deveriam ser os aliados naturais de uma política de reformas como a que a Ministra quis realizar. Só que não há, não há ninguém, é difícil encontrar alguém, em qualquer escola do país, que apoie a Ministra, que é universalmente odiada pelos professores. Uso a palavra forte, “odiar”, porque é raro encontrar algum responsável ministerial mais sozinho que a Ministra da Educação e isso, por si só, mostra que alguma coisa falhou nas suas reformas, porque, por escassos que fossem, alguns aliados deveriam existir, 10%, 5% dos professores, 3 ou 2% para se conseguir ter sucesso.(…)A Ministra bem pode mandar, como Jeová, os Anjos a Sodoma e Gomorra à procura de um justo, que não encontra ninguém.(...)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário