segunda-feira, 3 de março de 2008

Maria Gabriela Llansol



Maria Gabriela Llansol (Lisboa, 24/11/1931 - Sintra, 3/3/2008)

Em primeiro lugar, há a própria verticalidade do rosto, a sua exposição íntegra, sem defesa. A pele do rosto é a que permanece mais nua, mais despida. A mais nua, se bem que de uma nudez decente. A mais despida também: há no rosto uma pobreza essencial: a prova disto é que se procura mascarar tal pobreza assumindo atitudes, disfarçando. O rosto está exposto, ameaçado, como se nos convidasse a um acto de violência. Ao mesmo tempo, o rosto é o que nos proíbe de matar. (...) No acesso ao rosto, há certamente também um acesso à ideia de Deus.

(Emmanuel Levinas, Ética e Infinito, Edições 70)

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