Por que vou à manifestação de sábado, dia 8:
É hora de dizer "basta!" à crescente degradação da função de ensinar e à consequente desvalorização simbólica e material do professor. A sociedade incumbe-nos da missão de passarmos o legado aos que nos vão suceder, para que o mundo não volte para trás, para que a barbárie não regresse. Não podemos permitir - e seremos irresponsáveis, se o permitirmos - que nos inutilizem, como se a transmissão de saberes e valores aos mais novos não fosse afinal o essencial do que fazemos.
Para além disso, esta proposta de avaliação dos professores é uma enormidade burocrática, que ameaça seriamente degradar ainda mais a condição docente. O reconhecimento dos "melhores", como se apregoa, é só não lhes retirarem a dignidade e a autoridade de serem pessoas co-responsáveis pela instrução e educação dos mais novos. Nenhum "melhor" quer ser premiado - isso é o elementar da ética. Os "piores", uma minoria que tem estado no sistema (no sistema, digo bem) de ensino como peixe na água, também não irão melhorar com esta avaliação, que não avalia o essencial, que é o saber do professor e o rigor e entusiasmo com que o transmite, num justo equilíbrio entre o seu percurso curricular e o desempenho junto dos alunos.
Na manifestação de sábado, bastava esta palavra de ordem:
Ministra, secretários,
ouçam bem, vocês:
os professores estão fartos
de tanto eduquês!
quarta-feira, 5 de março de 2008
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